terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Um passado bem distante: quando o Cinema era “coisa de pobre”

Diversão pueril. Entretenimento barato, passageiro. Programa das “massas”. Não parece, mas a sétima arte já foi vista exclusivamente dessa forma. Não parece porque, ao que parece, o paradigma se inverteu: o produtou encareceu, se tornando cada vez mais um “artigo de luxo”, um programa cada vez mais caro e por isso pouco acessivel a boa parte da população em nossos dias.
Entretanto, lá em seus primordios, o Cinema era visto até pelos intelectuais da época como “uma máquina de embrutecimento e de dissolução, um passamento de iletrados, de criaturas miseráveis iludidas por sua ocupação” (Georges Duhamel).

O Cinema se inicia assim com um público aparentemente restrito: o proletariado. Nos chamados “Nickelodeons”, que eram as pequenas salas de Cinema no inicio do século XX, os proletários pagavam barato para assistirem a inúmeros vídeos curtos sobre diversas temáticas, na sua grande maioria do gênero comédia ou pequenos curtas de ação. Os burgueses ao desprezarem essa nova arte, optavam pelo Teatro, tido como uma arte de rico e de verdadeira beleza.
No entanto, aos poucos os mesmos burgueses que desprezavam o Cinema, passam a notar o quanto seu alto poder de recepção poderia significar também uma nova forma de enriquecimento. Por conseguinte, gradualmente o Cinema vai perdendo esse “aurea proletária”, quando o que era uma quase artesanal vai se tornando uma mega industria.
Com o surgimento das grandes empresas do Cinema, e por conseguinte dos grandes longas – metragens, tanto os nickelodeons entram em declinio, como também o próprio Cinema lentamente vai se encarecendo, tanto pelos custos de produção, e principalmente, pela necessidade da maximização dos lucros.
Hoje em dia, ao contrário deste passado remotíssimo, nos assustamos pois os ingressos estão cada vez mais caros. Assistir a um filme nos Cinemas, muitas vezes dominados e controlados por grandes carteis, se apresenta até como uma atividade que exige certa programação estratégica, haja vista que por conta de seu preço não é todo dia que podemos atender a este desejo. Um pai de familia com três filhos muitas vezes acaba tendo que pagar quase RS 100,00 para assistir a um filme com seus entes, pois, além dos ingressos caríssimos, acaba tendo que custear com os lanches também muito caros dispostos na antesala do Cinema.
Definitivamente, hoje, Cinema não é mais “coisa de pobre”.

Ass: Rafael Costa Prata

Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe

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