domingo, 12 de janeiro de 2014

Top Gun (1986): um sucesso propagandístico para a marinha norte – americana

Os Estudos Unidos é um país que, por predileção, venera o porte de armas, direito assegurado pela segunda emenda da constituição do país, redigida em 1791. Por suposto, o principal traço de toda a história americana, seja em seu passado ou no presente em curso, é o belicismo. Historicamente, os Estados Unidos tem sempre sido encarado como uma potência militar que, em muitos casos por interesse imperialista, tem entrado em muitos confrontos militares com várias nações, fator que, tem sido apontado por estudiosos, como consequência do controle da política americana por parte das grandes empresas bélicas nacionais.
As forças armadas do país são vistas, como consequência disso tudo, como verdadeiros símbolos nacionais. No Cinema, inúmeros filmes foram produzidos no intuito de louvar o heroísmo das instituições militares americanas, na maioria dos casos o exercito em ocasiões de guerra.
Nesse sentido é que aparece a película “Top Gun” (1986), dirigida por Tony Scott. A película, em linhas gerais, conta a história do egocêntrico e rebelde piloto de caça da Marinha Maverick, interpretado por Tom Cruise, que acaba se envolvendo com Charlie, interpretada por Kelly McGilles, sua chefa durante seu treinamento na Navy Fighter Weapon. Do roteiro simples, e essencialmente romântico do filme, sobressai contudo um significado propagandístico: no decorrer de todo o filme, há uma glamourização, e um certo convite subliminar, das atividades da Marinha americana.
De fato isso não é por acaso, pois a própria marinha norte – americana patrocinou diretamente a produção, concebendo, além de um investimento capital, as aeronaves, locações, treinamentos especializados para que o filme fosse realizado o mais “próximo” da realidade possível. Como resultado, o filme de quase 2 horas de duração, é praticamente um panegírico da marinha norte – americana, com destaque para o enfoque na reprodução de muitas cenas dos treinamentos nos caças, os combates, o fortalecimento da disciplina dos pilotos, e principalmente, o heroísmo e patriotismo daqueles.
Ainda que em 1986 a famigerada “Guerra Fria” estivesse entrando em seu crepúsculo, “Top Gun” ainda respira um pouco desses ares, pois, em algumas de suas passagens, há sempre citações aos russos, aos seus armamentos, há possibilidade de entrada de “objetos não identificados” no céu norte – americano.
Top Gun foi um sucesso absoluto de público. Por vários motivos: seu enredo simples, direto, romântico, e especialmente pelo caráter “patriótico” da película. Sua trilha sonora é considerada até hoje uma das melhores da história do Cinema, tendo a canção “Take My Breath Away” da Banda Berlin, ganho o Oscar de melhor canção do ano. Como consequência, o efeito da propaganda foi consumado: graças a Maverick, a marinha norte americana, além de reforçar sua áurea, viu um número crescente no que tange aos pedidos de alistamento, o que é significativo quando temos em mente que o alistamento por lá não é obrigatório.

Ass: Rafael Costa Prata
Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe



3 comentários:

  1. Take My Breath Awaaaaaaay... :p Muito legal sua postagem!! Até me lembrei das aulas de Pina! :)

    Beijinhos!!

    Thai

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  2. achei incrivel sua postagem, me ajudou muito no meu trabalho de história,em que tenho que relacionar esse filme com a guerra fria.
    Muito obrigada <3

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