segunda-feira, 4 de maio de 2015

[Futebol e História]: Teria sido o craque austríaco Matthias Sindelar uma vítima do Nazismo?

Ele era o melhor jogador da seleção austríaca de futebol na década de 1930, e seguramente um dos melhores jogadores de todo o mundo. Matthias Sindelar, conhecido como “The paper-man” por conta de sua magreza, encantava com a sua alta velocidade, capacidade de drible e faro de gol, ao público por onde passava.
No auge de sua carreira, aos 30 anos de idade, participa então da Copa do Mundo de 1934, realizada na Itália sob o regime do fascista Benito Mussolini. Ajudando a sua equipe, Sindelar leva a Áustria a quarta colocação no torneio, até hoje a melhor desta seleção em copas do mundo. Após a Copa, Sindelar continuara a sua carreira defendendo o Áustria Viena, e como também, a sua seleção a obter a classificação para a copa seguinte, que seria realizada em 1938 na França.
Mas acontece que, no inicio daquele dito ano de 1938,  a Alemanha nazista anexaria a Áustria aos seus territórios. Como consequência, os craques daquela seleção austríaca de 1934 acabaram sendo “convocados” a integrarem o time alemão naquela dita copa. Grande parte dos jogadores austríacos aceitaram, no entanto, Sindelar se recusara afirmando que estava acometido por uma grave contusão.


O Curioso é que Hitler organizou uma partida para comemorar a anexação da Áustria a Alemanha, partida esta que ao fim seria a última de Sindelar por sua seleção. Sindelar barbarizou na partida, e ao marcar o primeiro gol, comemorou efusivamente diante da tribuna em que se encontrava Hitler, que ficou com enorme raiva daquele “ousado” jogador que além de zombar, estava se recusando a participar do escrete alemão.


No inicio de 1939,  Sindelar seria encontrado morto com a sua namorada Camilla Castagnola em seu apartamento em Viena. O Laudo realizado indicaria uma morte acidental por conta de uma asfixia causada pela inalação de monóxido de carbono, todavia, sua morte também levantaria uma série de suspeitas “alternativas”. Consta-se que Sindelar já estava sendo investigado pela GESTAPO, a policia secreta do Reich, tendo na sua ficha sido classificado como “pró-judeu”, e inclusive, sua suposta origem judia sido posteriormente apagada.


Sindelar morria assim aos 35 anos de idade, sendo enterrado então no mesmo cemitério em que se encontravam sepultados Beethoven, Straus e Schubert.

Ass. Rafael Prata

Mestrando em História pela Universidade Federal de Sergipe

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